sexta-feira, junho 22, 2007

Fefa recomenda:

O programa do Jô dessa terça-feira exibiu uma entrevista com dois conhecidos meus. Eles são os idealizadores do site www.machoperonomucho.uol.com.br. No começo era um despretensioso blog de dois amigos e atualmente é um site bastante interessante, que vale a pena conferir.

O fato é que eu estava passando por lá e um texto em especial me chamou a atenção. É um texto sobre o filme Não por Acaso, que estreou recentemente e que eu quero muito assisitir. Apesar de não ter visto o filme ainda, eu adorei a maneira como foi "contada" a história pelo Macho pero no Mucho.

Segue o texto, e não deixem de visitar o site, vocês não vão se arrepender.

No filme “Não Por Acaso”, de Philippe Barcinski, Leonardo Medeiros interpreta um engenheiro que mais parece um santo. Ele coordena o trânsito de parte da cidade de São Paulo. Pelas suas mãos, passam milhares de vidas apressadas. Com um toque, ele consegue fazer alguns semáforos abrirem mais depressa; ou fecharem o destino de muitos.
No mesmo longa-metragem, há Rodrigo Santoro, que faz um sujeito que se dedica à sinuca. O cara faz mesas de bilhar como ninguém. Seu negócio é medir com precisão cada tacada, cada metro de pano. Um marceneiro bom de taco (com trocadilho, por favor).
Os dois tentam controlar seus amores como se estivessem em seus locais de trabalho. Para eles, a vida é um jogo dinâmico, mas ordenado e preciso. Com um certo esquema, é possível conseguir o que se quer. Sempre.
Não por acaso os dois começam a entender que a coisa não funciona bem assim. Um acidente de percurso aqui, um escorregão ali, e todos beijam a lona. Nunca há um roteiro revelando um percalço.
Eles compreendem que amar não é uma caça ao tesouro. Nossas paixões não vêm com um X no meio do mapa. O Atlas dos sentimentos é um negócio arriscado e impreciso; uma invenção impossível.
Dizer “eu te amo” não é como jogar a bola sete na caçapa do meio. Coordenar uma mulher não é como desviar o tráfego das ruas do centro.
O amor não vem com GPS, com instruções ridículas que movem nossos passos para a felicidade eterna.
Esse singelo e complexo filme nos carrega para uma aventura pelo amor irracional – e o mais belo de todos (?).
Quantos planos e histórias construímos com alguém? Quantos deixamos pelo caminho por medo, inépcia ou falta de controle?
Pois o amor certinho, planejado, cheio de linhas e fins, pode ser bom. Mas aquele levado pelo acaso, pelo desejo mais efêmero, sem querer, é indescritível.
“Você já fez uma coisa assim, deixou ser levado por alguém?”, pergunta Letícia Sabatella para um confuso Santoro no filme. E eu repito: você já?
Já olhou pela janela e encarou o incompreensível – e apaixonante - universo lá fora? Já percebeu que tudo em volta corre rápido demais, longe de seus arreios? Já se viu no meio do nada, prestes a pular num precipício? Já teve vontade de queimar os mapas e simplesmente seguir em frente? Já quis viver aquele amor que jamais dará certo? Já?
O amor é a cidade de São Paulo, com suas vielas, ruas e coincidências. O amor é uma mesa de sinuca, com milhares de estratégias possíveis. O amor é incontrolável e incontornável.
O mundo hoje necessita de metas. Todos nós buscamos a eficiência, o excessivo poder da objetividade - o lucro patrocinado pelo nosso pragmatismo.
Porém não dá pra segurar o amor nas mãos.
Parafraseando: é possível controlar algum amor por algum tempo. Mas é impossível controlar todo o amor por todo o tempo.
Lembram? Navegar é preciso. Viver não é preciso.
É tempo de nos jogarmos por aí. Errantes. Tropeçando nos móveis e topando com a vida.

sexta-feira, junho 08, 2007

....musiquinha feliz.....

Pensamento novo
(Ivan Parente)

Todo pensamento me revela nova forma, um outro som,
Uma outra cor, um outro tom, uma outra dor, outra loucura.
Limpa o pensamento que folhei a linda fábula
Grandiosa, Irreverente em verso e prosa que alucina e que Tortura.
Por onde andarão os outros lunáticos
Os mesmos patéticos, e seus ridículos discursos.
Quando chavam-se idolatria, poesia, sobrenome,
Dispudor, por alcunha, arte.
Por onde foi o pensamento meu que me fez lembrar, me fez viver
A criação e a gestação de um filho que não veio ao mundo ainda.
Fez me crer no amor, na direção, da contramão.
Um pensamento novo, é o velho caminhar ao amanhecer.
Bem aventurado todo pensamento que me leva até você!